De acordo com os últimos dados dos analistas do Conselho Mundial do Ouro (WGC, na sigla em inglês), o fluxo de saída dos ETFs de ouro continuou em janeiro de 2024, seguindo a tendência observada em 2023, liderada pela América do Norte. Os fundos europeus também continuaram a sofrer perdas expressivas, enquanto a Ásia experimentou outro influxo mensal.

Os ETFs globais de ouro lastreados fisicamente iniciaram 2024 com uma saída de fundos de US$ 2,8 bilhões. Essa série de infortúnios persistiu por oito meses consecutivos. O relatório também observa que essa saída equivale a uma redução das reservas globais em 51 toneladas até o final de janeiro, totalizando 3.175 toneladas.

Os fundos da América do Norte sofreram perdas de US$ 2,3 bilhões em janeiro, concluindo assim um breve período de dois meses de entrada de fundos na região. Os analistas também consideram o fato de que um primeiro corte nas taxas do Federal Reserve em março é improvável. Como resultado, tanto o dólar quanto o rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos se recuperaram, pressionando o preço do ouro e levando à venda de ETFs de ouro. Além disso, como os preços das ações dos EUA atingiram novos máximos, o interesse dos investidores locais pelo ouro diminuiu ainda mais.

Como resultado do declínio de janeiro, os ativos coletivos dos fundos norte-americanos caíram para o nível mais baixo observado desde abril de 2020. A saída mais significativa foi observada nos maiores fundos.

Do outro lado do oceano, a Europa estendeu sua série de saídas líquidas consecutivas de ouro para oito meses. Embora a região tenha liquidado reservas de ouro no valor de US$ 730 milhões em janeiro, esse valor ainda foi significativamente menor do que a saída líquida de US$ 2 bilhões no mês anterior.

Nesse meio tempo, os fundos asiáticos aumentaram sua entrada líquida em US$ 215 milhões, estendendo a sequência de entradas líquidas consecutivas para 11 meses. A China continua a dominar os fluxos de investimento na região, já que o sexto declínio mensal consecutivo das ações locais e uma moeda mais fraca aumentaram a demanda dos investidores por ativos porto-seguros.

Em outra região, houve pequenas mudanças na demanda por ETFs de ouro. A demanda por ETFs de ouro aumentou em US$ 8 milhões no mês, sendo que uma parte significativa da demanda veio da África do Sul.

Os ETFs lastreados em ouro e produtos similares constituem uma parcela significativa do mercado de ouro. Os fluxos de ETFs geralmente destacam opiniões de curto e longo prazo e o desejo de manter o ouro. Os dados do relatório rastreiam o ouro mantido na forma física em ETFs abertos e outros produtos, como fundos fechados e fundos mútuos. A maioria dos fundos incluídos no conjunto de dados é totalmente lastreada por ouro físico.