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A expectativa é que o Fed, assim como muitos bancos centrais, volte a reduzir as taxas de juros nesta semana. Essa redução ocorrerá logo após as eleições presidenciais dos EUA, que continuam incertas, adicionando mais pressão sobre o dólar.
Os bancos centrais, responsáveis por mais de um terço da economia global, definirão os custos dos empréstimos nesta semana, reunindo todos os dados sólidos que puderem sobre a provável direção da política dos EUA nos próximos quatro anos.
Com a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump empatados antes da eleição de 5 de novembro, a pressão sobre os formuladores de políticas em Washington e Londres está aumentando. Pesquisas de opinião pública recentes indicam que Donald Trump perdeu sua liderança e que suas chances de vencer a eleição presidencial são significativamente menores do que uma semana atrás.
Além das eleições, os formuladores de políticas dos EUA já expressaram o desejo de continuar com um ritmo mais gradual de cortes nas taxas após a redução de meio ponto em setembro.
Em geral, os economistas esperam um corte de um quarto de ponto nesta quinta-feira, seguido por outro em dezembro. Esse curso de ação é compreensível, especialmente após os dados de sexta-feira, que mostraram o nível mais fraco de criação de empregos desde 2020. Segundo os dados, as folhas de pagamento não agrícolas aumentaram em apenas 12.000 no mês passado, enquanto as contratações nos dois meses anteriores foram mais fracas do que o inicialmente estimado, indicando que o mercado de trabalho continua a esfriar. O desemprego permaneceu em 4,1%, enquanto os salários por hora aumentaram.
Embora as autoridades do Federal Reserve tentem se distanciar da política, elas iniciaram um ciclo de corte de taxas antes da eleição, cujo resultado pode depender da opinião dos eleitores sobre a economia. Embora seja provável que o presidente do Fed, Jerome Powell, enfatize que as condições atuais exigem uma política menos restritiva, ele e seus colegas ainda correm o risco de serem criticados pelo novo governo.
Os bancos centrais de outros países também estão enfrentando vários riscos — desde a desaceleração do crescimento econômico até a inflação persistente — sem considerar o possível impacto negativo no comércio global que a vitória de Trump e sua ameaça de impor tarifas acarretariam.
Espera-se que o Banco da Reserva da Austrália mantenha os custos dos empréstimos inalterados na terça-feira. Entretanto, é provável que as taxas sejam cortadas no Reino Unido, na Suécia, na República Tcheca e em outros países.
Tudo isso terá um forte impacto no mercado de moedas, e as perspectivas para o dólar americano continuam sombrias.
Quanto ao quadro técnico atual do EUR/USD, os compradores precisam considerar a superação do nível de 1,0915. A partir daí, é possível atingir 1,0935, mas isso será um desafio sem o apoio dos principais participantes. O alvo mais distante será a máxima de 1,0955. Se o instrumento de negociação cair, uma ação significativa do comprador é esperada em torno de 1,0860. Se não houver apoio, seria aconselhável esperar que a mínima de 1,0830 seja testada ou abrir posições de compra a partir de 1,0810.
Quanto ao quadro técnico atual do GBP/USD, os compradores da libra precisam superar a resistência mais próxima em 1,2995. Somente isso possibilitará uma meta de 1,3040, acima da qual a superação será difícil. O alvo mais distante será a área de 1,3070, após a qual um movimento mais acentuado para 1,3100 poderá ser discutido. Se o par cair, os ursos tentarão recuperar o controle em 1,2690. Se forem bem-sucedidos, romper essa faixa será um golpe significativo para as posições dos touros e empurrará o GBP/USD para uma mínima de 1,2925, com potencial para atingir 1,2885.