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07.01.2025 02:58 PM
Fundamentos do petróleo continuam intactos

O petróleo parece ter se assustado com seu próprio rali. Após quatro dias consecutivos de alta, o Brent recuou, refletindo preocupações sobre um possível aumento do excedente no mercado de petróleo em 2024. De acordo com o Morgan Stanley, a demanda global deve crescer 1 milhão de barris por dia (b/d). Em contraste, a oferta da OPEP+ deve aumentar 300 mil b/d, e a produção de países fora da OPEP crescerá 1,4 milhão de b/d. Consequentemente, a oferta deve superar a demanda em 700 mil b/d, o que pode levar a uma queda nos preços. Previsões semelhantes foram emitidas por outras instituições financeiras.

O Bank of America prevê que o preço de referência do Mar do Norte será negociado, em média, a US$ 65 por barril em 2025, já que o crescimento da oferta fora da OPEP+ superará a demanda global. Países como Brasil, Guiana, Canadá e Noruega devem inundar o mercado com petróleo, enquanto a produção dos EUA apresentará um crescimento mais moderado—apesar do mantra de Donald Trump, "Perfure, baby, perfure!".

Em contraste com essas previsões pessimistas, gestores de ativos têm aumentado suas posições compradas em contratos de West Texas Intermediate (WTI) e reduzido suas posições vendidas. Como resultado, as posições líquidas compradas no petróleo texano atingiram seus níveis mais altos desde agosto.

Posições especulativas em petróleo

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Os compradores estão cada vez mais confiantes de que a demanda crescerá mais rapidamente do que o previsto. Esse otimismo é reforçado por uma queda significativa nos estoques de petróleo bruto dos EUA, indicando uma tendência de alta no mercado de petróleo. Além disso, a Arábia Saudita implementou seu primeiro aumento de preços para compradores asiáticos em três meses, e há uma crescente expectativa de novos estímulos fiscais por parte da China.

No entanto, o mercado permanece cauteloso devido à possibilidade de que sanções mais rigorosas contra a Rússia e o Irã possam reduzir os volumes de oferta, o que provavelmente elevaria os preços do Brent. É importante notar que a Arábia Saudita alterou sua estratégia; em vez de reduzir os preços para competir com Moscou no mercado asiático, optou por aumentá-los.

Estoques de petróleo bruto dos EUA e spreads de WTI

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O Washington Post relatou alegações internas de que o novo governo dos EUA está considerando tarifas específicas, o que contribuiu para uma alta nos preços do petróleo bruto Brent. Se essas tarifas forem seletivas, elas poderão mitigar a grave desaceleração econômica global prevista atualmente, levando os preços do Brent a subir para US$ 77,40 por barril.

Entretanto, para a decepção dos investidores otimistas, Donald Trump descartou a reportagem do The Washington Post como notícia falsa, afirmando que não haveria tarifas menores do que as prometidas anteriormente. Isso fez com que os compradores de Brent reconsiderassem suas posições, principalmente porque o dólar norte-americano voltou a se fortalecer após a queda anterior provocada pela reportagem da mídia.

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Na minha opinião, o mercado, cansado das contínuas previsões de baixa, está tentando se livrar do sentimento negativo, estimulado por uma série de notícias positivas. No entanto, não podemos ignorar a realidade, que torna o petróleo um ativo atraente para venda durante as altas de preços.

No gráfico diário do Brent, formou-se uma barra de pinos com uma longa sombra superior. Os investidores podem aproveitar esse padrão colocando uma ordem de venda pendente a US$ 76 por barril, o que lhes permite expandir suas posições vendidas existentes iniciadas a US$ 77.

Marek Petkovich,
Analytical expert of InstaTrade
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