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16.04.2025 02:32 PM
O tempo trabalha contra o mercado

O tempo não está a favor de Donald Trump — tampouco do mercado acionário dos EUA. Quanto mais se prolonga a incerteza em torno da política da Casa Branca, maior é a probabilidade de que notícias negativas sobre tarifas impactem a economia americana. E o que é ruim para a economia, é ruim para o S&P 500. Não surpreende, portanto, que o JP Morgan tenha revisado sua projeção de fim de ano para o índice amplo de ações, de 6.500 para 5.200 pontos. Por ora, contudo, os investidores seguem à margem.

Eles estão alarmados com as mensagens contraditórias vindas da Casa Branca. Em um momento, Trump concede isenções tarifárias para eletrônicos e sinaliza alívio para a indústria automobilística. No seguinte, sua administração abre uma investigação que pode resultar em tarifas sobre importações de produtos farmacêuticos e semicondutores.

Dinâmica do P/L (preço/lucro) das ações nos EUA e na Europa.

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Em um momento, o presidente pede à China que retome as negociações. No seguinte, uma fonte do Wall Street Journal afirma que o verdadeiro objetivo dos EUA, ao negociar a redução de tarifas com outros países, é isolar Pequim. As contradições são tantas que o S&P 500 estagnou, enquanto o capital continua migrando para ações europeias, ainda vistas como subvalorizadas.

Enquanto isso, pesquisas do Bank of America indicam que o índice amplo do mercado pode retomar sua trajetória de queda. Cerca de 82% dos entrevistados — que administram um total de US$ 386 bilhões — acreditam que a economia global vai enfraquecer. No entanto, a alocação média em caixa desses gestores está em apenas 4,8%, abaixo dos mais de 6% normalmente observados em períodos de forte aversão ao risco.

Quando os gestores estão bastante pessimistas em relação ao cenário macroeconômico, mas ainda não totalmente em relação à trajetória do S&P 500, isso sugere que o potencial de queda do mercado ainda não foi totalmente precificado.

Porcentagem de investidores que planejam reduzir exposição às ações dos EUA.

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Em abril, os entrevistados do Bank of America reportaram uma alocação subponderada de 3% em ações dos EUA — uma queda acentuada em relação à sobreponderação de 17% registrada em fevereiro. Trata-se da maior retração em um intervalo de dois meses já registrada na série histórica. Um número recorde de gestores de ativos agora indica a intenção de reduzir ainda mais sua exposição às ações americanas no curto prazo.

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Isso não chega a ser uma surpresa, considerando as consequências imprevisíveis da guerra comercial. A China, ciente de que não pode vencer um confronto direto, tem recorrido a táticas não convencionais — como a venda de títulos do Tesouro dos EUA e a imposição de barreiras a empresas americanas. A proibição da compra de aeronaves da Boeing, por exemplo, pressionou fortemente as ações da companhia.

O impacto já é visível entre os exportadores dos EUA, que respondem por cerca de 11% do PIB. A economia está claramente desacelerando, e uma recessão pode estar mais próxima do que parece.

No gráfico diário, o S&P 500 está atualmente testando um nível-pivô crucial em 5.400 pontos. Caso os compradores não consigam sustentar os preços acima desse patamar, isso poderá sinalizar fraqueza e desencadear uma onda de vendas no índice, muito antes que as resistências em 5.500 ou 5.600 entrem em jogo.

Marek Petkovich,
Analytical expert of InstaTrade
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